Andre Montanher com informações do Ministério do Trabalho

Uma fiscalização da Gerência Regional do Ministério do Trabalho de Piracicaba resgatou 11 trabalhadores de um alojamento em Elias Fausto – eles prestavam serviço para uma fábrica de estruturas pré-moldadas de concreto de Monte Mor. As acomodações eram precárias, e a roupa era lavada em tanque que também armazenava lixo.

Os trabalhadores são provenientes das regiões Norte e do Nordeste. As condições degradantes, além da ausência de local adequado para lavagem de roupas, incluíam banheiros sem vaso sanitário e sem lavatório com canos de esgoto abertos, infestação de percevejos nos dormitórios, vedação dos dormitórios insuficiente, colchões velhos e sem aprovação do Inmetro, não fornecimento de roupas de cama aos trabalhadores, estando muitos deles passando frio.
Havia fogões e botijões de gás dentro dos dormitórios, ausência de local para refeições, falta de proteção contra intempéries, instalações elétricas improvisadas, sendo o isolamento de condutores feito com sacolas plásticas e fitas crepe. Fora isso, o empregador tem atrasado salário, férias e FGTS reiteradamente, segundo informou os trabalhadores à fiscalização trabalhista.
Segundo informações dos auditores ficais do Trabalho, a distribuidora de energia elétrica, recentemente, efetuou o desligamento do fornecimento de energia, tendo os próprios trabalhadores feito ligação clandestina para dar continuidade aos trabalhos.
Confira reportagem da EPTV Campinas.
A fiscalização, realizada pelos Auditores João Tannus e Irani Aparecida Godoy, interditou os alojamentos e notificou o empregador pelas irregularidades detectadas que, após a retirada dos trabalhadores do local insalubre, providenciou hotel e arcará com transporte para o retorno do grupo aos seus locais de origem.

A operação, que contou também com a participação do Ministério Público do Trabalho, continuou em andamento e na tarde desta quinta-feira (15), estava prevista uma reunião para depoimento dos trabalhadores com vistas ao cálculo das verbas trabalhistas devidas. O MPT de Campinas iria negociar com o empregador um Termo de Ajuste de Conduta sobre os termos do pagamento aos trabalhadores.
As denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser encaminhadas à Auditoria Fiscal do Trabalho por meio do Sistema Ipê, disponível no link https://ipe.sit.trabalho.gov.br/.