Fiscalização do Trabalho aponta falhas graves que causaram explosão fatal em metalúrgica de Cabreúva

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Por Dâmares Vaz, com informações do Uol e do G1/Edição: Andrea Bochi 

A Fiscalização do Trabalho constatou inúmeras falhas graves que podem ter causado a explosão devastadora que ocorreu na sexta-feira, 1º de setembro, nas instalações da empresa Tex Tarugos, em Cabreúva (SP). Auditores-Fiscais do Trabalho fiscalizaram a área no sábado, 2 de setembro, encontrando um cenário alarmante de negligência e falta de segurança. 

Médicos que prestaram atendimento às vítimas descreveram que elas foram arremessadas contra paredes e solo. Outras foram feridas gravemente por blocos de pedra e alumínio. Até agora, são 3 mortos e mais de 30 feridos, muitos deles com queimaduras de diferentes graus, incluindo queimaduras nas vias aéreas e no rosto. 

A empresa, que havia sido fiscalizada anteriormente e chegou a ser notificada, foi autuada. O chefe de fiscalização da Divisão Regional de Fiscalização do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, o Auditor-Fiscal do Trabalho Ubiratan Vieira, descreveu o lugar, depois da explosão, como uma cena de guerra, e acrescentou que as irregularidades podem levar a uma multa superior a R$ 120 mil. “Foi uma explosão bastante anormal e muito violenta”, afirmou. 

De acordo com os Auditores, os equipamentos usados na empresa eram obsoletos e não receberam a necessária manutenção. Essa falta de cuidado adequado com os equipamentos foi apontada como uma das principais causas de explosão. Além disso, a empresa não tinha uma área de escape para os funcionários em caso de emergência, tornando a situação ainda mais crítica durante o acidente. 

Os Auditores-Fiscais do Trabalho também constataram: 

– irregularidades por descumprimento das Normas Regulamentadoras (NR) de Segurança e Saúde do Trabalho – NR10, que trata da parte elétrica, NR12, sobre máquinas e equipamentos, NR13, as caldeiras que não tinham manutenção, e NR22, que trata dos extintores de incêndio, além da falta de treinamento para utilizar esses extintores, 

– registros de uso de equipamento ultrapassado e muita sujeira no local de trabalho antes da explosão, 

– problemas com relação às Cipas (Comissões Internas de Acidentes de Trabalho e Assédio), que não funcionavam de forma eficiente e não informaram as áreas perigosas que a empresa possui. 

A empresa também não tinha alvará de funcionamento, nem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).