Senado aprova projeto que visa transformar mártires de Unaí em Heróis da Pátria

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O Senado aprovou nesta terça-feira (16) um projeto que inscreve os nomes dos Auditores-Fiscais do Trabalho Nelson José da Silva, Eratóstenes de Almeida Gonsalves e João Batista Lage, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. São os servidores assassinados em Unaí, no ano de 2004, que foram homenageados pelo PL (Projeto de Lei) 1.053/2023, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS).
“O crime é uma ferida incurável na Auditoria-Fiscal do Trabalho no Brasil, e também no Estado brasileiro, que, naquele momento, assim como em tantos outros, falhou em assegurar a vida de servidores no desempenho das suas atribuições legais”, afirmou o senador na Justificativa do projeto. A aprovação se deu na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, e o projeto vai agora à votação na Câmara dos Deputados.
“Agora nos resta lutar pela sua aprovação na Câmara. Esperamos que entendam a importância da honraria, para lembrar o compromisso da sociedade em evitar que crimes como esses aconteçam de novo. O Sinait-SP cobrará até o final, a devida punição aos culpados”, afirmou a presidente da Delegacia Sindical de São Paulo, Ana Palmira Arruda Camargo. Se aprovado o 1.053/2023, o nome dos servidores será depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília-DF.

HISTÓRIA
Em 28 de janeiro de 2004, os quatro servidores do Ministério do Trabalho foram assassinados, durante fiscalização na zona rural do município em Unaí-MG. O alvo, inicialmente, era o Auditor-Fiscal do Trabalho Nelson José da Silva, que já havia sido ameaçado por fazendeiros da Região. No entanto, ele tinha solicitado uma equipe para acompanhá-lo na ação, que seria realizada na colheita de feijão.
Após rigorosa apuração, foram identificados os criminosos, que eram cinco mandantes e quatro executores. Apenas os executores cumpriram pena. Um dos mandantes morreu na prisão, antes da condenação – os que restaram, todos ricos produtores e comerciantes, foram condenados mas não iniciaram o cumprimento das penas. “Quase vinte anos após o crime, os colegas de trabalho, as famílias e a sociedade brasileira sentem o gosto amargo da impunidade”, finalizou Paulo Paim.