quinta-feira, 5 dezembro, 2024
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Bailarina Gabriela Amorim e Grupo Transart alegram o Enoite Cultural do 40º ENAFIT

Por: Lourdes Marinho/Edição: Solange Nunes

A 40ª edição do Encontro Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho, realizada em Maceió, Alagoas, trouxe um Enoite Cultural que destacou a riqueza da cultura local. Na noite de segunda-feira, 18 de novembro, os enafitianos foram presenteados com apresentações da bailarina Gabriela Amorim e do Balé Folclórico de Alagoas – Grupo Transart.

Gabi, como é carinhosamente chamada, nasceu com mielomeningocele, uma má formação congênita da coluna vertebral que a tornou paraplégica. Mesmo com limitações físicas, Gabriela encontrou na dança uma forma de expressão e superação. No evento, ela se apresentou ao lado do bailarino Gbson Henrique, o casal dançou um pas de deux ao som de um forró, exaltando a cultura nordestina e arrancando aplausos da plateia. “Trouxemos a nossa cultura para o ENAFIT”, declarou a bailarina, empolgada. 

Folclore e tradição

O Grupo Transart, Balé Folclórico de Alagoas, trouxe a força e a vivacidade da cultura alagoana para o palco. Com danças inspiradas nas tradições locais e africanas, o grupo apresentou coreografias que celebraram manifestações como o guerreiro, o coco de roda e o xaxado.

Fundado com o objetivo de preservar e divulgar o folclore de Alagoas, o Transart é conhecido por suas performances que unem técnica, história e identidade cultural, sendo uma referência na valorização da arte local.

O Enoite Cultural teve as Auditoras- Fiscais do Trabalho, e integrantes da diretoria do SINAIT, Vera Jatobá, de Pernambuco, e Marinilda Amorim, de Alagoas, como cerimonialistas.

Saiba mais sobre Gabriela Amorim

Gabriela Amorim, 27 anos, teve seu primeiro contato com a dança aos nove anos . “Foi amor à primeira vista. Nunca tive o sonho de ser bailarina até entrar no teatro e me encantar, foi aí que pedi a minha mãe pra fazer ballet”, conta.

Assim como em toda profissão, a carreira de bailarina também apresenta desafios. Para Gabi, o maior deles é a acessibilidade. “Alguns teatros e palcos não têm acessibilidade, e isso torna tudo mais difícil”, lamenta.

Ela não integra nenhuma companhia de dança. Jeane Rocha Academia de Dança foi sua única experiência profissional em corpo de ballet/equipe. Hoje, segue carreira solo, tendo se apresentado em vários estados do Brasil, como Aracaju, Ceará, Pará e no Distrito Federal, entre outros.

Conta que a apresentação mais marcante da sua carreira foi uma em que o teatro estava lotado, e ela caiu pela primeira vez da cadeira de rodas. “Considero aquele dia o melhor dia da minha carreira, porque me tornei bailarina de verdade! Toda bailarina caí, porque eu não posso cair?”, argumenta bem humorada.  

Para Gabi, a dança é para todos e, por isso, uma forma poderosa de inclusão para as pessoas com deficiência. Ela diz que se sente extremamente abençoada por poder inspirar outras pessoas com deficiência a seguirem seus sonhos e enfrentar seus medos. Mesmo sendo a única bailarina cadeirante do estado de Alagoas que seguiu na carreira da dança, conta que “outras já tentaram, e só delas terem tentado eu já me sinto muito feliz”, declara.

Teatro e música 

Apaixonada por artes, ela faz teatro duas vezes por semana, e quando tem algum evento em que irá se apresentar, ensaia as apresentações em casa mesmo, para relembrar e aperfeiçoar a coreografia. “Atualmente faço teatro musical, que sempre foi um grande sonho!”, declarou também a futura atriz. 

Modelo fotográfica 

Outa experiência que o mundo artístico lhe proporcionou foi modelar para a fotografia. “Pousei como modelo para a fotógrafa Amanda Bambu. Foi uma experiência única poder estar numa galeria de artes no Canadá, isso com certeza me deu mais visibilidade como artista”, conta Gabi, que faz sucesso também nas redes sociais como criadora de conteúdo, onde divulga seus trabalhos, a exemplo desse.

Ativa nas redes 

No Instagram, @bibii.amorim tem mais de 3 mil e 700 seguidores, com quem compartilha seu dia a dia, suas apresentações, conquistas e palestras motivacionais. “Eu dou palestras contando a minha história de vida e com a dança, no intuito de inspirar mais pessoas, com ou sem deficiência, a seguirem seus sonhos, e mostrar que é possível, sim, ter uma vida leve com deficiência”, pontua a bailarina influencer que tem muito engajamento nas redes. E completa: “além de ser bastante engajada em projetos sociais, amo ajudar o próximo e me envolver nessas causas!”, declarou.

Realizar sonhos

Para os jovens PCD que sonham em seguir uma carreira artística como a dela, Gabi dá um recado: “primeiramente que lutar pelos nossos sonhos requer coragem. O meio artístico também não é fácil, mas vale muito a pena. Diria para não desistirem dos seus sonhos, por mais longe que eles pareçam estar. Dançar é sinônimo de liberdade, é uma experiência incrível, e todo corpo dança, então se você tem vontade, vem dançar, porque você é capaz.”

Ela contou que está prestes a realizar o maior sonho de sua vida, deixando em suspense o que será essa conquista. A bailarina ainda deseja dançar no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo, além do teatro Amazonas – considerado um dos mais belos teatros do mundo pela sua arquitetura e acústica. “Meu plano pro futuro é continuar dançando e abraçar todas as oportunidades que a vida e a arte me derem”, finaliza Gabi, que com certeza conseguirá realizar todos esses desejos e sonhos, porque disposição e vontade não lhe faltam!

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