Por Solange Nunes/Edição: Andrea Bochi
Cerca de 500 internautas acompanharam, nesta quinta-feira, 26 de janeiro, a live “19 anos de impunidade da Chacina de Unaí: Reflexos no combate ao trabalho escravo”. O ato marcou a luta do Sinait por justiça para os três Auditores-Fiscais do Trabalho e o motorista, servidores do Ministério do Trabalho, mortos no dia 28 de janeiro de 2004. O evento faz parte das atividades do 28 de janeiro – Dia Nacional do Auditor-Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo – e da Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, criados em memória das vítimas. Na ocasião, houve o lançamento do livro – Chacina de Unaí – A luta do Sinait por Justiça.
De acordo com o presidente do Sinait, Bob Machado, o crime completa 19 anos. São 6.940 dias marcados pela impunidade, por reviravoltas nos processos, que adiam a prisão de mandantes e intermediários, já condenados pela Justiça. “São 6.940 dias de muita luta do Sinait e da categoria, dos familiares e dos amigos das vítimas, que resultaram na condenação e prisão dos executores. Alguns executores ainda cumprem suas penas, mas mandantes e intemediários, mesmo condenados, ainda continuam em liberdade”.
Neste sentido, Bob Machado enfatizou que a categoria não irá sossegar enquanto todos os culpados por este crime bárbaro contra o Estado brasileiro paguem. “É por isso que hoje estamos aqui, para pedir justiça pelos nossos colegas!”
Este tom de resistência e justiça seguiu as exposições dos integrantes da live, como, do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e do vice-presidente do Sinait, Carlos Silva. Além das autoridades, ministro Lélio Bentes – presidente do TST; Vinícius Pinheiro – diretor da OIT Brasil; Carlos Calazans, ex-delegado regional do Trabalho em Minas Gerais; Leonardo Sakamoto – presidente da ONG Repórter Brasil; Sérgio Voltolini – presidente da CIIT, Olga Valle – presidente do Conselho de Delegados Sindicais do Sinait e Cláudia Machado autora do livro Chacina de Unaí – A luta do Sinait por Justiça.
Na primeira mesa, para tratar “Aspectos processuais e linha do tempo do caso “Chacina de Unaí” como marco fundamental na luta contra o Trabalho Escravo participaram Anamaria Prates (DF), Advogada – Assistente da Acusação; Rosa Maria Campos Jorge, diretora do Sinait. As viúvas, Marinez Lina de Laia – de Eratóstenes de Almeida Gonsalves -, e Genir Lage – de João Batista Soares Lages.
Na segunda mesa, os integrantes da live debateram “Os desafios atuais para o enfrentamento ao trabalho escravo, com foco no Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo. Chacina de Unaí: gênese do Dia e Semana nacionais de combate ao trabalho escravo!”, que contou com os depoimentos da Vera Jatobá (PE), diretora do Sinait e representante da DEN na Conatrae; Lívia dos Santos Ferreira (SP), coordenadora do Programa Estadual de Combate ao Trabalho Escravo de São Paulo, e Lucas Reis (SC), ex-integrante do Grupo Especial de Fiscalização Móvel.
Na terceira mesa, que tratou “O Combate ao Trabalho Escravo e a importância da atuação articulada das entidades defensoras dos Direitos Sociais” palestraram Carlos Silva, vice-presidente do Sinait; Luiz Antonio Colussi, presidente da Anamatra; Bernadete Laú Kurtz, presidente da Abrat; Carolina Mercante, ANPT; Christianne Gurgel, OAB e Daniela Muradas, ALAL.
Confira a live na íntegra no Youtube SinaitPlay:
Saiba mais do caso na Landing Page do Sinait.