Por: Claudia Machado/Edição: Andrea Bochi
No palco do Enafit, o SINAIT prestou homenagens a Auditores-Fiscais do Trabalho, reconhecendo trajetórias que ajudaram a moldar a Inspeção do Trabalho e fortalecer a entidade sindical.
Orlando Vila Nova, servidor público exemplar que ingressou na Auditoria-Fiscal do Trabalho em 1975, foi lembrado por transformar a função em missão de Estado, proteger direitos e afirmar a legalidade, com destaque para sua atuação na inclusão do FGTS como atribuição da fiscalização trabalhista. Primeiro secretário de Relações de Trabalho da categoria, abriu um canal qualificado de diálogo com o governo sem abdicar da autonomia sindical, articulou para que a fiscalização do FGTS fosse atribuição da Inspeção do Trabalho e contribuiu para a reforma estatutária de 2011 que instituiu Delegacias Sindicais, aproximando o sindicato da base e ampliando a capilaridade nacional.
Rosa Jorge, por sua vez, foi celebrada por ser uma liderança firme à frente do SINAIT, em três mandatos, com a condução da maior greve da história da categoria, em 2008, uma paralisação de 49 dias que garantiu a paridade salarial. Sua voz também se destacou na busca por justiça às vítimas da Chacina de Unaí, mantendo viva a memória dos Auditores-Fiscais assassinados e cobrando a responsabilização dos culpados, além de vitórias legislativas como a atuação contra a Emenda nº 3 e a transformação da GIFA em parcela remuneratória fixa; presidiu ainda a CIIT, projetando internacionalmente a pauta brasileira da Inspeção do Trabalho.
A paraense Rassy foi descrita por Bob Machado como símbolo de pioneirismo e visão transformadora: ingressou na carreira em 1984, presidiu o sindicato por dois mandatos e conduziu uma fase de reestruturação institucional com foco em resultados, profissionalização e formação continuada, tendo impulsionado a criação da Escola Nacional de Inspeção do Trabalho (Enit). Sob sua liderança, avançaram políticas de segurança para o trabalho em campo, com a Portaria nº 916, de 2011, regulamentando o porte de arma, e medidas de valorização como a Lei nº 12.855/2013, que assegurou a indenização de fronteira.
José Antônio Pastoriza Fontoura, por fim, foi lembrado como arquiteto de conquistas coletivas: ingressou na carreira em 1975, atuou como último presidente da FASIBRA e liderou a criação do SINAIT, o primeiro sindicato de servidores públicos do país sob a nova Constituição, consolidando também a fiscalização do FGTS no âmbito da Inspeção do Trabalho.
Ao celebrar Orlando Vila Nova, Rosa Jorge, Rosângela Rassy e Fontoura, o SINAIT reconheceu um legado de lutas e resultados — que vai da defesa do trabalho decente à construção de instituições fortes —, bem como inspirou as novas gerações de Auditores-Fiscais a seguir adiante na missão de garantir direitos, fortalecer a cidadania e afirmar um serviço público à altura das necessidades do país.
Foram homenageados ainda, as Auditoras Maria Sônia Leite Nassar, Maria Eunice dos Anjos Miranda e o Auditor Raimundo Tadeu do Nascimento, por suas importantes contribuições à Inspeção do Trabalho no estado do Pará.
Medalha Mártires de Unaí
Em um momento de surpresa e emoção, a Auditora-Fiscal do Trabalho Ivanema Albuquerque entregou ao presidente Bob Machado a medalha Mártires de Unaí. Ao homenagear Bob Machado, Ivanema lembrou que 2024 foi um ano especialmente difícil para o presidente com lutas intensas por reajuste salarial, concurso público e no plano pessoal, pela perda do pai e pelas enchentes que assolaram o seu estado, o Rio Grande do Sul. “Ele passou por tudo isso e nunca se abateu, por isso recebe hoje, a maior honraria da Inspeção do Trabalho no Brasil.
A Medalha Mártires de Unaí é concedida àqueles que de alguma forma contribuíram para a condenação dos envolvidos na chacina de Unaí e para o combate ao trabalho análogo ao escravo. Ela foi idealizada pela Delegacia Sindical do Rio de Janeiro.
