Por Solange Nunes/Edição: Andrea Bochi
Os dirigentes do Sinait Bob Machado, Rosa Maria Campos Jorge e Olga Maria Valle Machado reuniram-se com o subprocurador-Geral da República, Carlos Frederico Santos, coordenador da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, nesta quarta-feira, 25 de janeiro. Na pauta, análise do caso Chacina de Unaí e apoio pela efetiva prisão dos mandantes responsáveis pelas mortes dos três Auditores-Fiscais do Trabalho e do motorista, servidores do Ministério do Trabalho, no dia 28 de janeiro de 2004.
O presidente do Sinait, Bob Machado, descreveu as ameaças sofridas e as mortes dos servidores, além dos 19 anos de luta do Sindicato Nacional por justiça para a categoria e para as famílias dos colegas mortos. “São 19 anos que trabalhamos para que os mandantes cumpram as penas em regime fechado. No entanto, o fato de os mandantes estarem soltos, apesar de condenados, nos dá uma sensação de impunidade”.
A diretora da entidade Rosa Jorge citou o número de recursos apresentados pelos condenados. “São muitos recursos protelatórios”. Lembrou ainda que em razão da idade avançada, os condenados poderão ter suas penas prescritas. “É uma situação preocupante que trabalhamos para que não ocorra”.
A presidente do Conselho de Delegados Sindicais, Olga Machado, reiterou as preocupações dos dirigentes. “É preciso que os mandantes condenados sejam efetivamente presos para que os servidores do Estado brasileiro se sintam mais seguros”.
O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, disse que a Chacina de Unaí é um caso emblemático. “Sabemos da atuação de vocês e da procuradora Miriam Lima”. Disse ainda que pretende contribuir no que for possível para ajudar, apoiar e dar celeridade ao andamento do caso.
Na ocasião, os dirigentes apresentaram ao subprocurador, o histórico do crime Chacina de Unaí e a Linha do Tempo das Agressões e Ameaças sofridas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho no Brasil.
Histórico da Chacina de Unaí
No dia 28 de janeiro de 2004, há 19 anos, durante ação fiscal na região rural de Unaí (MG) foram vítimas de emboscada e mortos três Auditores-Fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira.
Os executores, intermediários e os mandates foram condenados. No entanto, os intermediários e mandantes respondem em liberdade. Nestes 19 anos, o Sinait luta para colocar todos os culpados na prisão.