SINAIT – Com informações da PQ Sorocaba e Região
Auditores-Fiscais do Trabalho de Sorocaba (SP) notificaram uma série de agências do Bradesco de Sorocaba pela utilização de mão de obra ilegal de 30 venezuelanos para os serviços de limpeza, no dia 28 de julho. A ação fiscal identificou, entre outras irregularidades, que os empregados – a maioria mulheres – foram vítimas de tráfico humano, caracterizado como trabalho análogo à escravidão.
Além das agências do banco, a empresa prestadora do serviço terceirizado a A7 Serviços e Facilities, de São Paulo, também foi notificada pelo Ministério do Trabalho e Emprego que localizou mais de 430 processos trabalhistas, contra a empresa A7 Serviços e Facilities.
De acordo com informações apuradas pela operação, além de Sorocaba, o grupo de venezuelanos também vinha trabalhando na limpeza de agências Bradesco de algumas cidades vizinhas, como Votorantim e Araçoiaba da Serra. A equipe registrou que, os empregados estrangeiros, não possuíam visto de trabalho; portanto não tinham carteira de trabalho assinada. Eles foram trazidos ao Brasil por uma quadrilha que faz tráfico de pessoas. Só os custos da viagem da Venezuela para cá resultavam em um desconto que chegava a um terço dos baixos salários, que variam de R$ 800 a R$ 1 mil.
A fiscalização trabalhista ainda não conseguiu verificar as condições de moradia dos venezuelanos, que estão alojados em um imóvel no bairro Éden, em Sorocaba, porque as vítimas, por serem estrangeiras, têm medo de passar informações e falar com a equipe de fiscalização.
Denúncia
O Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região apresentou denúncia, entre fevereiro e março deste ano, ao Ministério do Trabalho e Emprego sobre o emprego ilegal de estrangeiros, submetidos ao trabalho precário, nas agências bancárias. O sindicato forneceu também uma relação de agências onde a irregularidade estaria acontecendo. Desde então, o Ministério reuniu comprovações, como admissão da situação irregular na limpeza por trabalhadores do banco e comprovantes de depósito da prestadora de serviços aos empregados venezuelanos.
Tráfico humano em Sorocaba
De acordo com informações da equipe de fiscalização, apenas na região de Sorocaba, mais de dois mil venezuelanos, trazidos pelo esquema, estariam trabalhando em prestadoras de serviços urbanas, na construção civil e também na agricultura, principalmente no corte de cana e no plantio de feijão. Além disso, a Polícia Federal está investigando o caso.
