Auditores-Fiscais do Trabalho durante inspeção na obra da Linha Verde do Metrô de SP
Andre Montanher
Auditores-Fiscais do Trabalho interditaram nesta quinta-feira (29) duas máquinas e dois alojamentos em uma obra da rodovia Castello Branco, além de um misturador de concreto na ampliação da Linha Verde do Metrô de São Paulo. Os problemas traziam riscos iminentes aos trabalhadores, sendo que no caso da Castello Branco o FGTS deles não estava sendo recolhido.
Na rodovia, trata-se da construção de vias marginais entre os quilômetros 23 e 27 (trecho de Barueri). “A gestão de riscos era muito deficitária, com gruas sem plano de operação, serra circular de bancada e dobradeira de vergalhões sem proteção. Além disso, alojamentos clandestinos (falsas repúblicas em mau estado de manutenção), presença de gás GLP e alimentação insuficiente fornecida aos empregados alojados”, apontou a Auditora Lívia Ferreira.
A equipe, formada por nove Auditores, ainda atestou a falta de recolhimento do FGTS dos empregados. A concessão da Castello Branco naquele trecho pertence à empresa CCR Viaoeste, e a obra pode prosseguir sem que no entanto sejam utilizadas a grua e a serra – até regularização – bem como o alojamento.
METRÔ
No caso do metrô, o problema estava no misturador de concreto. “Verificamos a falta de um sistema de segurança para bloqueio de acesso às partes vivas do misturador”, prosseguiu Lívia. Seis Auditores atuaram nesta fiscalização, referente à ampliação da linha verde do Metrô de SP.
Além disso, o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) da obra estava sem análise ergonômica e de conforto térmico, e a rampa do elevador não estava articulada. Assim como no caso da Castello Branco, a obra continua mas sem a utilização dos equipamentos interditados.
No total, cerca de 60 autos de infração serão lavrados nos dois casos. “Impressiona uma grande obra pública como a do metrô apresentar falha tão gritante. Da mesma forma, no caso da Castello Branco, trata-se de rodovia sob responsabilidade de um forte grupo econômico, que certamente terá prejuízos com as interdições”, finalizou a Auditora do Trabalho.