Por Alamara Barros/Edição Andrea Bochi
Em função do advento da pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, criou a Comissão Técnica – Covid-19/Sinait. O objetivo foi o de viabilizar, fomentar e ampliar a elaboração de recomendações de cunho técnico, em razão das atividades realizadas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho nos ambientes laborais para o enfrentamento do coronavírus.
Nesta quarta-feira, 23, o 38º Enafit realizou um painel coordenada pelo presidente do Sinait, Bob Machado e que contou com especialistas da Inspeção do Trabalho, abordou as dificuldades que os Auditores-Fiscais de todo o país se depararam durante a atuação no período pandêmico, com o intuito de preservar a vida dos trabalhadores e orientá-los sobre a gravidade do vírus.
Apesar dos grandes desafios em meio ao desconhecimento sobre um vírus que começou a se espelhar pelo mundo em março de 2020, trazendo danos irreparáveis, a atuação dos Auditores-Fiscais do Trabalho durante a pandemia foi essencial para a proteção e defesa do trabalhador.
Na ocasião, o Auditor-Fiscal Francisco Luis relembrou a pandemia da gripe espanhola, ocorrida entre 1918 e 1919 que matou mais gente do que a Primeira Guerra Mundial e que a história só se repete, desde o negacionismo até a falta de políticas públicas. “O coronavírus chegou em 2020 e a primeira reação no Brasil foi a de minimizar a gravidade do vírus. Mais uma vez presenciamos a negação da doença que matou mais de seiscentas mil pessoas. Então fica a lição e a preocupação de pensar em políticas públicas assertivas para esse tipo de situação emergencial”, completou.
Para a Auditora-Fiscal e integrante da Comissão, Aida Becker os maiores desafios encarados nesse processo, foi enfrentar essa pandemia com a escassez de conhecimento sobre o vírus, seguido da falta de EPIs adequados, da disseminação veloz do vírus que sofria mutação e um pouco de resistência dos governantes sobre a gravidade do problema.
“A maior angústia foi no momento em que tínhamos dificuldade de tudo, como a de passar as informações à população sobre a forma correta de se proteger porque ainda não sabíamos muita coisa, e até mesmo a dúvida se iríamos retornar para nossas casas sem estarmos contaminados e não colocar os familiares em risco. Então, a Comissão estava tentando junto à Administração uma forma mais efetiva de trazer proteção para esses trabalhadores e para os próprios Auditores-Fiscais”, completou.
O vírus e a enxurrada de informações
Ainda de acordo com a Auditora-Fiscal, diante desse cenário de incertezas a Comissão buscava a todo momento se atualizar em um ambiente que era mutante a cada minuto, com informações contraditórias, tanto por parte da mídia como de especialistas da saúde. “Nós começamos a fazer muitas pesquisas, com a contribuição das Delegacias Sindicais, buscando informações até em outros países que já tinham passado pela mesma fase antes do Brasil para saber se tinha soluções..
Por fim, a Auditora-Fiscal do Trabalho Eva Patrícia Gonçalo apresentou um estudo que fez sobre os direitos sociais dos trabalhadores da saúde em meio a pandemia de Covid-19, com criação de conteúdo de orientações e prevenção da doença. “Esses profissionais foram os principais protagonistas na área de análise e investigação da doença, foram os primeiros que se debruçaram em um sentido amplo.
Um dos pontos relevantes apontados na pesquisa, foram as medidas protetivas que alcançavam a população como um todo, mas quando em caráter duplo elas tendiam alcançar um recorte em que estavam os trabalhadores da saúde, entre outros trabalhadores dos serviços essenciais. Além disso enquanto trabalhadores em geral tinham suas jornadas de trabalho reduzidas na primeira janela de infecção de Covid-19, os profissionais de saúde tiveram suas jornadas ampliadas e sem previsão de quando poderão compensar essas horas acumuladas
