domingo, 2 novembro, 2025
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41º ENAFIT: SINAIT lança o livro ‘Além dos Portões’, que conta a história da Inspeção do Trabalho no Brasil sob sua ótica

Por: Lourdes Marinho/Edição: Solange Nunes

A programação técnica do 41° Encontro Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (ENAFIT) nesta sexta-feira, 31 de outubro, iniciou com o lançamento do livro do SINAIT “Além dos Portões — A Inspeção do Trabalho no Brasil pelos olhos do SINAIT”, escrito pela jornalista Cláudia Machado. A obra é a primeira a narrar a trajetória da Inspeção do Trabalho sob a perspectiva do sindicato, reunindo memória, marcos institucionais, lutas e o papel da organização coletiva na consolidação da carreira. “Queríamos contar a história da Inspeção do Trabalho na visão do nosso Sindicato Nacional, que lutou muito para ajudar a construí-la”, disse a diretora do Sindicato, Rosa Maria Campos Jorge, que coordenou o lançamento. 

Cláudia Machado, jornalista com 30 anos de atuação e 18 cobrindo os ENAFIT, explica que a motivação central foi impedir que a memória se perdesse. Na pesquisa, ela resgatou registros pouco conhecidos — das associações dos anos 1950, quando a Inspeção era urbana e incipiente, à criação da federação e do SINAIT. Segundo a autora, o título reflete a prática cotidiana da fiscalização: ir “além dos portões” de fábricas e fazendas e também além da própria burocracia para proteger direitos. “Sob a ótica do Sindicato, não havia nada. É o primeiro livro. A palavra escrita não se apaga, e essa história não podia se perder”, disse Cláudia Machado. 

O presidente do SINAIT, Bob Machado, lembrou que o livro foi idealizado pelo ex-presidente e diretor da entidade, José Antônio Pastoriza Fontoura. O objetivo vai além de celebrar vitórias: é um chamado à consciência histórica e à vigilância permanente para que conquistas não se percam. “Somos referência porque temos representação coletiva forte e acumulamos experiência sem desperdiçá-la. Sem luta, não há vitória — e conquistas podem se perder”, reforçou Bob Machado.

O Auditor-Fiscal Lucas Reis relatou que a ideia do livro foi reforçada durante o julgamento da Chacina de Unaí, ao ouvir histórias da atuação da Inspeção na Constituinte, contadas por Fontoura. 

Para Lucas, a transformação da carreira, de salários baixíssimos e estrutura frágil à carreira típica de Estado, é fruto direto da luta coletiva materializada pelo SINAIT. “O que nos tirou do quase nada e nos levou a ser carreira típica de Estado foi a luta coletiva”, reforçou, deixando uma pergunta: “qual o legado que essa nova geração de Auditores-Fiscais do Trabalho deixará para a Auditoria Fiscal do Trabalho?”

A diretora Rosângela Rassy ressaltou o papel histórico das associações e a centralidade do sindicato na representação institucional e na negociação com o Estado. Segundo ela, o SINAIT, primeiro sindicato de servidores públicos registrado no país, segue comprometido com a memória da Inspeção do Trabalho e com a formação da categoria. Disse que a Diretoria impulsiona iniciativas como o livro e defende o fortalecimento da Escola Nacional de Inspeção do Trabalho (ENIT) para garantir aperfeiçoamento permanente da carreira. “É o Sindicato Nacional que se senta à mesa para negociar. Memória e formação contínua são parte do nosso projeto coletivo”, ressaltou Rassy.

A primeira edição de “Além dos Portões” é disponibilizada no formato digital pelo SINAIT, com a intenção de uma edição impressa para todos os filiados. O prefácio é assinado pelo professor e sociólogo Sadi Dal Rosso, que destaca a relevância internacional da Inspeção do Trabalho brasileira e a necessidade de fortalecer a formação continuada. Dal Rosso é autor do projeto que criou a ENIT.

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