Andre Montanher
Um trabalhador morreu atropelado nesta quinta-feira (6), no pátio do Aeroporto Internacional de Congonhas. O risco nas áreas de circulação de trabalhadores e veículos já havia sido constatado por equipe de Auditores-Fiscais do Trabalho – eles interditaram outra área em abril de 2024, em decorrência da morte de trabalhadora.
As informações sobre o atropelamento desta quinta são do site Repórter Brasil. “O Sinait-SP lamenta profundamente a morte deste trabalhador, que deveria ter sido evitada, caso a concessionária atendesse as recomendações da Inspeção do Trabalho em toda a área de trânsito de trabalhadores de veículos do aeroporto”, afirmou a presidenta do Sinait-SP (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho – Delegacia Sindical de SP), Ana Palmira Arruda Camargo.
O homem atropelado atuava em uma empresa de ônibus que presta serviço para a Aena, concessionária responsável pela administração do terminal aéreo de passageiros em Congonhas. Mesmo sendo área diferente da interditada em 2024, o atropelamento guarda relação com o objeto da interdição – nas palavras dos Auditores envolvidos.
“A interdição de 2024 buscou ter efeitos sobre toda a organização do trabalho no pátio de Congonhas, no sentido de que a circulação dos trabalhadores a pé, concomitante com os veículos e na intensidade como ocorre em Congonhas, estava sujeitando os trabalhadores ao risco de atropelamento”, apontaram.
Em janeiro deste ano, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região (SP) acolheu pedido de liminar a Aena, e concedeu liminar suspendendo a interdição.
MORTE EM 2023 E INTERDIÇÃO
A trabalhadora morta em 2023 atuava na limpeza das aeronaves e foi atropelada na faixa de circulação de pedestres da pista de pouso e decolagens de Congonhas. A equipe de Auditores multou a empresa responsável – na época a Infraero – e deu 72 horas para a implementação, pela Aena (que assumira a concessão), de medidas de segurança, o que não foi atendido.
“O acidente desta quinta (6), mesmo em outro ponto do aeroporto, evidencia a insegurança e a falta de medidas que previnam e evitem acidentes e mortes em Congonhas”, finalizou a equipe.