sexta-feira, 29 março, 2024
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Fiscalização resgata 17 pessoas de trabalho escravo em São Paulo

Por Cristina Fausta

Uma operação coordenada pela Auditoria-Fiscal do Trabalho e da qual fizeram parte o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal (PF), realizada no dia 22 de agosto, resgatou 17 trabalhadores em situação análoga à escravidão em dois restaurantes japoneses de São Paulo. O grupo era formado por homens jovens, com idade até 25 anos, e a maioria deles eram nordestinos, vindos dos estados do Piauí e Paraíba.

O grupo trabalhava 14 horas por dia e morava em condições degradantes. Ao checarem as casas/alojamentos, a fiscalização se deparou com um ambiente imundo, sem qualquer higiene, com paredes cobertas de mofo camas improvidas com colchoes velhos e sujos, e risco de choque elétrico. “. Havia um cheiro horrível de urina e suor no ambiente. O alojamento era tomado por colchões imundos, sem roupas de cama. Não havia armários. As roupas pessoais e pertences eram jogados ao chão, camas ou ficavam pendurados em pregos nas paredes”, relatou o Auditor-Fiscal do Trabalho, Paulo Roberto Warlet da Silva.

Uma das casas tinha o chuveiro com cabeamento exposto, sem aterramento e, na outra, o chuveiro não funcionava há mais de um mês. No dia do resgate, um dos trabalhadores contou que estava cinco dias sem banho – registro crítico, considerando que o grupo tralhava com a manipulação de alimentos. “Vimos também uma questão de saúde pública, atinente à Vigilância Sanitária, e muito grave, embora não diga respeito diretamente ao trabalho escravo”, acrescentou o Auditor.

Tomadas as providências cabíveis por parte das autoridades, parte do grupo decidiu voltar para casa, mas outra optou pela continuidade dos trabalhos desde que sejam cumpridas as regras trabalhistas. A ação de fiscalização deve permanecer aberta para que eles sejam acompanhados pelos próximos quatro meses, a fim de que estejam protegidos.

De acordo com a fiscalização, as empresas Sushi Tucuruvi Delivery, Hajime Sushi Bar Tucuruvi e Sushi Vila Gustavo se juntavam para compartilhar a mão-de-obra escravizada nos serviços oferecidos.

O resgate foi notícia em diversos noticiários, entre os quais destacam-se o Diário de São Paulo e o Notícias Uol.

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