sexta-feira, 11 outubro, 2024
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Sinait-SP manifesta apoio aos trabalhadores da Ford no Brasil

A Delegacia Sindical do Sinait-SP manifesta profunda indignação, pelo encerramento da produção de veículos no Brasil pela montadora Ford – especialmente a forma como o processo foi conduzido. E empresta total apoio, aos trabalhadores que serão afetados pela medida, bem como ao movimento sindical.

Como divulgado pela mídia, a decisão deve comprometer mais de 5 mil empregos no país, nas unidades de Taubaté-SP, Camaçari-BA e Horizonte-CE. Para os Auditores-Fiscais do Trabalho de São Paulo, as futuras demissões em massa se converterão no mais trágico cenário em momento de pandemia.

A entidade lamenta que a empresa, sempre tão vitoriosa em negociações sobre incentivos e condições de financiamento junto ao Poder Público brasileiro, tenha adotado o fechamento das plantas como solução.

Nossa total solidariedade às cerca de 5 mil famílias, das 6.171 que atualmente compõem o quadro de trabalhadores da empresa no país. Com destaque especial às 830 famílias da cidade de Taubaté-SP, que até ontem dedicavam suas vidas ao desenvolvimento da empresa.

Nossa total solidariedade ao movimento sindical, vítima também desta decisão tomada na escuridão dos gabinetes de diretoria, e sem aparente ciência da função social da empresa. Sem respeito à representação trabalhista e sindical. Abaixo, publicamos as manifestações das duas centrais com maior representatividade nesta categoria.

 

MANIFESTAÇÃO DA FORÇA SINDICAL

“É um absurdo a Ford encerrar sua produção no Brasil, fechando mais de 7 mil postos de trabalho (inclusos os indiretos), e aumentando ainda mais a tragédia social no País causada pelas persistentes crise econômica e pandemia do Coronavírus.

Além desta total falta de sensibilidade social, a Ford age sem diálogo algum com os sindicatos representantes dos trabalhadores das unidades que serão fechadas.

Esperamos que o governo Federal e os governos estaduais de São Paulo, da Bahia e do Ceará intervenham para cobrar da Ford o compromisso produtivo com o País e um recuo diante de um anúncio tão grave como este”.

Miguel Torres – Presidente da Força Sindical

 

MANIFESTAÇÃO DA CUT

“O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) foi surpreendido pela notícia e convocou uma assembleia emergencial com os trabalhadores. O anúncio da saída da Ford do país é sinal do desgoverno comandado pelo presidente Jair Bolsonaro. É uma notícia lamentável para o país. Além disso, a montadora rompeu acordos com a categoria, após ter recebido R$ 20 bilhões em isenções fiscais nas últimas duas décadas”.

Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT)

 

EMPRESA

Em comunicado à imprensa, a fabricante diz que a decisão foi tomada “à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.

A montadora ainda afirmou que “desde a crise econômica em 2013, a Ford América do Sul acumulou perdas significativas” e que a matriz, nos Estados Unidos, tem auxiliado nas necessidades de caixa, “o que não é mais sustentável”. A montadora citou ainda a recente desvalorização das moedas na região, que “aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis”, e mencionou a pandemia e a ociosidade nas linhas de produção, “com redução nas vendas de veículos na América do Sul, especialmente no Brasil”.

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