sábado, 27 abril, 2024
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Workshop “Pensando Comunicação” orientou auditores sobre a necessária visibilidade da função

(Por Andre Montanher)

Uma categoria profissional que fiscaliza a saúde e segurança do trabalhador, flagra o trabalho escravo e o trabalho infantil, auxilia a inserção de deficientes no mercado e cobra o atendimento de direitos por parte do empregador. Este é o auditor fiscal do Trabalho, que vive uma situação instável, diante de uma sucessão de governos alinhados ao Capital.

Com o objetivo de operacionalizar a categoria para dar visibilidade às ações, e por meio da mídia ressaltar a importância da Inspeção do Trabalho, a Delegacia Sindical do Sinait-SP realizou, nesta terça-feira (30) o Workshop “Pensando Comunicação”. Com cerca de sete horas de duração, a atividade, comandada pelo assessor de comunicações Ednilson Machado, ofereceu uma palestra sobre a engenharia da mídia e os mecanismos de acesso à imprensa, seguido do estudo de “cases” objetivos.

“Aparecer junto à sociedade é crucial neste período, em que se questiona a própria existência do Ministério do Trabalho. É preciso levar à sociedade os danos que isto pode representar ao trabalhador”, explicou ele. Machado é proprietário da Occam Comunicações, e responsável por uma série de campanhas de comunicação de nível nacional. O profissional já atuou como repórter do Grupo Exame e foi chefe de redação da rede BandNews FM.

O evento foi no Hotel Jaraguá, em São Paulo, e reuniu cerca de 20 auditores. “Muito importante a participação dos colegas, pois precisamos de orientação para que nosso trabalho tenha o reconhecimento devido”, apontou a diretora do Sinait, Lívia Ferreira, que organizou o workshop.

CONTEÚDO

Machado iniciou a palestra abordando o processo de “desconstrução” da imagem do servidor público, obra dos últimos governos federais. Sobre a necessidade de recomposição do discurso em prol da categoria, citou novas ferramentas que promovem diálogo direto com a população, como o WhatsApp e o Facebook. Ele ressaltou o impacto comprovado de comunicação destes elementos, como mostraram as “Jornadas de 2013”, e a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018.

“Aliado a estas ferramentas de comunicação direta, o auditor fiscal do trabalho deve buscar um acesso constante com a mídia tradicional”, continuou, citando a necessidade da transparência. Explorou conceitos próprios do universo da imprensa, como o OFF (informação confidencial), as diferentes relações com os veículos, e a necessidade de conhecer as linhas editoriais de cada grupo de comunicação.

Após isso, elaborou um projeto básico de comunicação, envolvendo Relações Públicas, Mídia Digital, Marketing e Publicidade. Apresentou aos auditores instrumentos técnicos, como release, nota pública, entrevista coletiva, artigo de opinião e ressaltou a importância do relacionamento interpessoal com os profissionais da imprensa. Orientou a postura correta do auditor, diante de uma entrevista.

“É preciso conhecer os veículos, a linha editorial e a pauta do repórter. Ter sempre à disposição os números que comprovam a importância das teses oferecidas, e do trabalho realizado pela categoria”, informou. Responder com agilidade, e oferecer as informações relevantes, foram as orientações para um processo correto e seguro de transmissão de mensagens.

PRÁTICA

Quatro “cases” foram trabalhados pelos auditores. Uma hipotética denúncia de corrupção, que teria resultado na prisão de três profissionais, e que necessitava da resposta do sindicato. Outras três situações, onde ao invés de responder sobre polêmicas, era necessário ir à imprensa e ressaltar a necessidade de manutenção do trabalho da categoria, apresentando números e uma estratégia de comunicação.

“Temos que pensar no futuro da Inspeção do Trabalho, e o mais urgente é fazer com que o próprio trabalhador sinta o efeito da ação que é realizada em prol dele. O caminho para isto é a comunicação das mídias sociais e da imprensa”, finalizou o presidente da Delegacia Sindical do Sinait-SP, Rodrigo Iquegami.

(fotos Marcio Galzerani)

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